Resumo da Aula

Apostila


01 - Introdução do Canto

02 - Relaxamento
 
03 - Postura 

04 - Aquecimento

05 - Respiração e Apoio
 
06 - Articulação Vocal

07- Vocalizes

08 - Classificação Vocal
 
09 - Dinâmica
 
10 - Como estudar em casa



Academia de Musica Voices













01 - INTRODUÇÃO AO CANTO

APARELHO FONADOR
Como funciona o aparelho fonador?
Graças às cordas vocais, podemos falar, cantar, chorar e dar aqueles berros em momentos de fúria. Se tomarmos como base a dimensão pequena do nosso sistema vocal, jamais poderíamos mensurar a enorme potência que tem. Ele é formado apenas pela laringe e seus componentes, entre eles as cordas (PREGAS) vocais, faringe e cavidades oral e nasal. Se fosse colocado numa orquestra, ele certamente estaria posicionado lado a lado com os instrumentos mecanicamente mais simples. Nosso aparelho fonador, onde fica o sistema vocal, não possui órgãos genuínos e fez uma espécie de permuta com os sistemas respiratório e digestivo do corpo para conseguir se formar. Até pouco tempo, cientistas não sabiam explicar como a voz de um cantor poderia ser tão potente e versátil quanto o som de um instrumento milimetricamente construído pelo homem. Mas, usando fibra ótica, os pesquisadores conseguiram "entrar" na laringe e identificar elementos presentes no sistema vocal com funções semelhantes aos de aparelhos de som.

NÓS E OS INSTRUMENTOS
Assim como a voz humana, a maioria dos instrumentos musicais contam com três elementos básicos:
1. Uma fonte de som que vibra no ar e cria uma freqüência fundamental e outras harmônicas relacionadas e que definem o timbre (a "cor" do som)2. Um aparelho que reforça ou amplifica a freqüência fundamental e suas harmonias 
3. Um irradiador de som que transfere o som para um espaço livre de ar e para os ouvidos






A MECÂNICA DAS CORDAS VOCAIS
Diferentemente das cordas de um violino, as nossas têm uma estrutura formada por três partes, que permitem a diversidade de freqüências que um cantor é capaz de alcançar. Em cada corda há uma espécie de ligamento, onde estão os músculos contrativos, cobertos por uma membrana mucosa. Músculos que cobrem a cartilagem anexa às cordas alongam os ligamentos e ajudam a produzir freqüências mais altas. Quando se contrai, esse músculo aumenta a tensão da corda, o que gera uma variedade ainda maior de freqüência. Quando o ar dos pulmões passa pela membrana, ela oscila e troca energia vibracional com essa corrente, criando ondas de som.




O som produzido na laringe seria inaudível se não fosse amplificado. A estratégia que o corpo usa para intensificá-lo é a seguinte: uma ação "empurra-puxa" do ar na laringe aumenta o balanço das cordas vocais. Quando as cordas começam a se separar, o ar dos pulmões sobe e faz pressão contra o ar que está parado no vestíbulo da laringe(1). A inércia desse ar estacionário aumenta a pressão na abertura entre as cordas (a glote) e as deixa mais separadas (2). Conforme o movimento das colunas de ar, as cordas voltam a se fechar e cortam a corrente de ar que sobe dos pulmões (3). Essas ações do organismo ocorrem rapidamente e criam um vácuo na glote, que age para que as cordas vocais se batam com força, criando ressonância. Numa criança, o ciclo vibratório se repete mais de 250 vezes por segundo, fazendo com que a vibração do ar seja grande e gerando sons mais agudos. Nas mulheres, as cordas se movimentam até 220 vezes por segundo, e nos homens, cerca de 110 vezes
Veja os órgãos envolvidos na produção do som.




Dentro da laringe, uma cápsula formada por vários ossos e cartilagens interligados, o som é produzido pela vibração das pregas vocais que em repouso encontram-se separadas em forma de "V", e quando falamos, passam a se aproximar, ficando apenas uma pequeníssima fresta para que o ar passe e com o atrito faça as mesmas vibrarem produzindo o som.




O comprimento e espessura das pregas (que nos homens é aproximadamente de 17 a 24 mm e nas mulheres de 13 a 17 mm) JUNTO COM FATORES ANATOMICOS QUE ENVOLVEM ACÚSTICA é que vai determinar se o som produzido por uma pessoa é mais agudo ou mais grave. Pregas vocais mais longas e espessas produzem sons mais graves (grosso), pregas vocais com espessura menor e mais curtas, produzem sons mais agudos (fino). Isso é a natureza das pessoas (genética) que vai determinar. Desta forma a tipo de voz da pessoa esta ligado entre outros fatores, principalmente a este do formato das pregas vocais. (Falaremos mais, quando falarmos sobre divisão das vozes e ressonância em outra postagem).
Na figura acima vemos o movimento das pregas que se afastam, quando inspiramos ar e se unem quando falamos, cantamos, ou deglutimos algo. No caso da fonação para o canto as pregas podem além de se unirem através dos músculos adutores da laringe, também se alongarem ou contraírem, devido ao músculo vocal (TA) tireoaretenóideo que na verdade faz parte da prega vocal que é composta de duas partes, o TA e a mucosa que o recobre, essa é que entra em vibração. Ela está ligada a frequencia sonora, ou seja, se o som é mais agudo ou grave, pois vibra mais (sons agudos) ou menos (sons graves) vezes, dependendo da força da culuna de ar e também do posicionamento do músculo TA, que mais alongado, junto com a coluna de ar, faz a mucosa vibrar mais rapidamente e contraído, mais lentamente. Isso porque além de alongar e contraír-se, ele também faz a pregas se unirem mais ou menos. Quanto mais unidas as pregas, maior a vibração devido a pressão que o ar fará sobre elas.
Para cantarmos ou falarmos, além do som que sai da nossa laringe, devemos DAR FORMA ao mesmo, para que possamos através disso formarmos os diversos fonemas que nos proporcionam nos comunicar uns com os outros seja por meio da voz falada ou cantada. Essa necessidade de darmos forma a boca quando cantamos é fundamental, pois precisamos emitir o som que é projetado dos ressonadores orofaríngeo e faciais principalmente nos sons agudos, em vez do som que sai simplesmente da garganta, para que ele (som) se torne mais belo, tanto no aspecto da dicção, quanto com relação às sua propriedades (timbre, altura, intensidade, que é a potência, etc). Para tanto, deve-se ovalar a boca, conforme a forma de cada pronúncia. Isso nos auxilia pelo fato, de que nesse processo de ovalar a boca, o ar sofre uma certa pressão para sair, com isso, aliado à pressão que sofre também pelo diafragma, que o empurra, o ar é levado para a “CAIXA DE RESSONÂNCIA ALTA” através do palato mole, de onde será então, projetado. Isso é fundamental para que o som seja emitido com toda a beleza que desejamos.

Existem alguns orgãos que estão direta ou indiretamente ligados ao processo da articulação do som e os chamamos de "ARTICULADORES FACIAIS".


Os articuladores, que são vários músculos da face e órgãos da boca, são os responsáveis por produzirem uma barreira sobre o ar que vem da laringe para que possamos produzir sons consonantais, ou simplesmente dar forma às vogais, dando assim, origem aos diversos fonemas que conhecemos.

SONS VOCÁLICOS (VOGAIS)

São os fonemas gerados a partir da corrente de ar que passa livremente pela cavidade bucal. Dependem do posicionamento da língua, dos lábios e do palato mole (Articuladores Faciais). Podem ser Orais e Nasais.

- Vogais Orais:
Nessas, a corrente de ar passa somente pela cavidade bucal sem encontrar barreira. São elas: a, é, ê, i, ó, ô, u.
Sua forma depende do posicionamento da lingua principalmente, que atua como músculo tracionador da laringe, juntamente com os músculos ligados diretamente a laringe.

- Vogais Nasais:
Nessas, a corrente de ar passa ao mesmo temo pelas cavidades bucal e nasal e conta com o trabalho do palato mole, que fecha parcialmente a passagem do ar pela boca, mandando parte desse para as fossas nasais. São elas no total de cinco: nha, nhe, nhi, nho, nhu.


FORMA DA BOCA EM RELAÇÃO ÀS VOGAIS.

- Á, É, Ó: Sons abertos e verticais: - Ovalamento da boca, projeção do som na ressonância alta.

- Ô, Û: Sons fechados e verticais.
Ovalamento da boca e projeção dos lábios para frente. Nos agudos extremos, o queixo desce para a ampliação do som.
- Ê, Î: Sons fechados e horizontais no grave e verticais no agudo.
- Um leve sorriso é necessário para que o som projete-se melhor no grave. Ao atingirmos notas mais agudas a boca vai se ovalando, (posição vertical) e o som passa para a ressonância alta, para que possa continuar limpo. Na medida do possível o sorriso continua.


SONS CONSONANTAIS

Já nos fonemas consonantais, o ar encontra uma barreira na cavidade bucal, como já vimos, dependendo da posição dos lábios e língua. Dá-se o nome de “Zona de Articulação”, ao ponto onde ocorre a barreira do ar na cavidade bucal. Por exemplo, quando pensamos em falar "dedo", a língua sobe até os dentes incisivos superiores, impedindo a passagem de ar e som. Esse ponto é a zona de articulação linguodental. Quando ela desce o ar sai e da-se a forma de "D", ao som que foi solto.

Veja o quadro abaixo:






2 - RELAXAMENTO
Antes de cantar, muitas pessoas se lembram de checar a postura, respiração, fazem o aquecimento da voz, mas se esquecem do elemento mais importante para se cantar bem: o RELAXAMENTO.
Em nossa rotina diária e em muitos momentos, somos incapazes de expressarmos nossas emoções e isso se transforma em energia acumulada, ou seja, nós ficamos tensos. Essas tensões vão se acumulando no nosso corpo e em muitas pessoas nos ombros e pescoço. Temos então, duas opções: liberar essas tensões através de exercícios de relaxamento ou deixá-las se acumularem nos músculos.
É importante lembrar que não cantamos apenas com a voz; cantamos também com nosso corpo. A melhor maneira para relaxar a voz, é relaxar o corpo.
Exercícios de Relaxamento:
PESCOÇO:
  1. Movimente sua cabeça em círculos. Gire lentamente para um lado e depois para o outro. Faça três vezes para cada lado;
  2. Agora, deite a cabeça no ombro esquerdo e com a mão esquerda, segure a cabeça nessa posição durante quinze segundos. Faça o mesmo para o lado direito;
  3. Abaixe a cabeça, encostando o queixo no peito; cruze as mãos e coloque na parte de trás da cabeça. Fique assim por quinze segundos;
Desta forma, você estará alongando os músculos do pescoço e da nuca.
OMBROS:
  1. Deixe os braços relaxados e comece a girar os ombros lentamente para trás (cinco vezes) e depois para frente (cinco vezes).
  2. Tente encostar os ombros nas pontas das orelhas; fique assim por quinze segundos e depois relaxe. Repita três vezes esse exercício.

OBSERVAÇÕES:
  • Use o bom senso! Mova-se com cuidado e devagar em cada exercício, vá ao seu próprio ritmo;
  • Não force nem se machuque tentando relaxar. Se você tem algum problema nas costas ou qualquer outro problema de saúde, consulte o médico antes de praticar qualquer tipo de exercício físico.

3 - POSTURA
"Cerca de dois terços da comunicação humana é não-verbal, transmitida por meio de gestos de mão, expressões faciais ou outras formas de linguagem. A boa imagem corporal começa com a postura - o modo como você se posiciona.” (Extraído do livro: Sucesso profissional- Como fazer apresentações - pág. 40 - Publifolha).
Geralmente quando falamos em postura, logo vem à mente aquela imagem de um soldado totalmente rígido. Ter uma boa postura na hora de cantar é essencial para se ter uma boa produção vocal. Mas isso não tem nada a ver com rigidez. Na verdade, a boa postura vai nos auxiliar na hora da respiração. Portanto, devemos fazer com que a postura não seja uma barreira na hora da respiração.
Devemos procurar manter o equilíbrio do corpo. Para isso:
  • os pés devem estar ligeiramente afastados, dividindo assim o peso do seu corpo;
  • os braços relaxados e soltos;
  • as costas eretas;
  • os ombros relaxados, eretos e para trás (sem exagero);
  • o pescoço deve estar relaxado. Cuidado para não colocá-lo para frente nem para trás, pois isso irá interferir diretamente na emissão da voz;
  • a cabeça também deve estar ereta. Uma boa dica é fazer com que seu olhar esteja paralelo ao chão (não olhar para cima nem para baixo); imagine um ponto na parede na altura de seus olhos; essa é a postura correta.
Todas essas orientações foram dadas partindo do princípio de que estará cantando em pé, que é a melhor forma. Mas cantores altamente treinados conseguem cantar praticamente em qualquer posição.


4 – AQUECIMENTO
Como o nome já diz, o aquecimento prévio da voz é a preparação da voz para o seu uso por um tempo prolongado e intenso. Podemos aquecer a voz através de sons que irão "massagear" nossas pregas vocais, que como todo músculo, precisa ser preparado e aquecido antes de ser utilizado na sua plenitude. É importante lembrar que o pré-aquecimento pode e deve ser feito não só pelos cantores, mas por todas as pessoas que trabalham falando.
EXERCÍCIO 1:
1) Inspire (armazenando o ar na região abdominal) até que a barriga esteja repleta de ar.
2) Agora solte o ar aos pouco utilizando o som: Prrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr......
Observe que neste exercício a língua deve vibrar bastante!!!! Caso a sua língua não vibre e você esteja forçando para emitir este som, PARE! Pois estará fazendo da forma errada.
Mas se você conseguiu emitir o som com a vibração constante da língua, repita este exercício todos os dias pelo menos durante 10 minutos. Se for cantar em uma apresentação ou videokê ou ensaiar com sua banda por muito tempo, pré-aqueça sua voz durante 20 minutos (no mínimo) antes de começar a cantar.


Pode-se também utilizar outras consoantes que possibilitarão o mesmo efeito como, por exemplo, o som: Trrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr... Como se você fosse imitar o som do telefone('TRRRRRIM!!!), mas lembrando de prolongar bastante os erres (RRRR...) até acabar o ar. 
EXERCÍCIO 2:
Repita o exercício anterior com uma diferença. No final de cada som acrescentar as vogais A,E,I,O,U.
Exemplo1:
PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÁ!!!!
PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÉ!!!!
PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÍ!!!!
PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÓ!!!!
PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÚ!!!!
 Exemplo2:
TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÁ!!!!
TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÉ!!!!
TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÍ!!!!
TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÓ!!!!
TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÚ!!!!
IMPORTANTE!!!
Assim como nos exemplos acima, o som que você estiver produzindo para pré-aquecer, deverá estar no mesmo volume, intensidade e tom.
***NÃO BRINQUE COM ESTE EXERCÍCIO FAZENDO SONS MUITO AGUDOS, MUITO GRAVES OU MISTURANDO OS DOIS TONS.***
Repita os exercícios SEMPRE no seu tom natural, ou seja, sem forçar a garganta.
Se não conseguiu fazer estes exercícios até acabar o ar armazenado, ou seja, você começou bem, mas no meio do exercício o som falhou, Pare! Respire fundo por 3 vezes, relaxe um pouco e só então recomece.
É muito comum, no início, não conseguirmos emitir estes sons até o final, pois trata-se de sons que nós não estamos habituados a produzir, mas com o treino diário, fica cada vez mais fácil.


5 – RESPIRAÇÃO
A respiração está extremamente ligada ao ato de cantar, pois a voz é produzida quando o ar passa pelas cordas vocais, fazendo-as vibrar e produzir som. Não basta encher os pulmões de ar para cantar. Temos que saber controlar a saída do ar, aprender a respirar corretamente. Saber respirar é um grande passo para cantar bem.
Algumas vezes, encontramos uma certa dificuldade para respirar enquanto cantamos (uma música muito rápida por exemplo) pois temos pouco tempo para respirar. Portanto, temos que desenvolver a capacidade de respirar em um curto espaço de tempo. Apesar de a inspiração nasal ser melhor, pois o ar é filtrado, aquecido e umedecido antes de chegar aos pulmões, a respiração deve ser naso-bucal (pelo nariz e pela boca combinados). Então, não se preocupe em respirar só pelo nariz ou só pela boca. Use os dois. O importante é deixar o maior espaço possível para que a passagem de ar seja feita em menos tempo.
A voz e a respiração estão extremamente ligadas. Quando falamos em respiração, não podemos nos esquecer do diafragma. Esse "famoso" músculo que separa a cavidade torácica da abdominal, muito nos auxilia na inspiração (entrada de ar nos pulmões) e na expiração (saída de ar dos pulmões).
Durante a inspiração, o diafragma se contrai para baixo, dando mais espaço para a entrada de ar nos pulmões. Na expiração ele volta para sua posição normal.
Ao cantar uma música, o objetivo deve ser o de manter o diafragma em baixo, pois isso auxiliará no controle da saída de ar. É importante usar corretamente o diafragma durante a respiração para não sobrecarregar as cordas vocais.
Antes de apresentarmos alguns exercícios, lembre-se de fazer os exercícios de relaxamento.
Exercícios de Respiração
Antes de começar os exercícios, lembre-se:
  • Inspire sem levantar os ombros; imagine que apenas a base do pulmão está sendo inflada.
  • Durante os exercícios, não vamos trabalhar apenas com o diafragma, mas também com os músculos abdominais e intercostais. Quando trabalhamos com esses músculos, temos condições de armazenar uma maior quantidade de ar pois, as costelas se afastam, o diafragma desce , aumentando a cavidade torácica para os lados e para baixo.
  • Mantenha a postura adequada
  • Faça no mínimo 3 vezes cada exercício.
Exercícios 1:
  • Em pé, coloque as mãos no ventre, abaixo do umbigo, e inspire lentamente. Se você estiver trabalhando com o diafragma, você notará uma pequena saliência no abdômen (a barriga "enche" de ar). Expire lentamente controlando a saída do ar.
  • Inspire novamente e expire em forma de S... (o som deve ser o mesmo de um pneu vazando ar). Procure manter o som reto. Para isso, lembre-se de usar o apoio do diafragma e não deixe que o ar saia de uma vez. Calcule o tempo que você permanece soltando o ar sem inspirar. Comece com 5 segundos e vá aumentando gradativamente.
  • Faça o mesmo exercício nas formas: F... e CH...


Exercício 2
  1. Inspire;
  2. Pausa (retenha o ar por 2 ou 3 segundos);
  3. Expire suavemente, os lábios em posição de assobio, fazendo com que a saída de ar seja o mais constante possível.
Exercício 3
  1. Inspire;
  2. Pausa;
  3. Expire com um sopro longo e forte (como se fosse apagar uma vela). Não deixe o ar sair todo de uma só vez, controle a saída do ar.
Exercício 4
  1. Inspire;
  2. Pausa;
  3. Expire soltando o ar em sopros curtos. Cuidado para não inspirar entre um sopro e outro, use apenas o ar que você inspirou inicialmente.
Exercícios de Respiração II
Exercício 5:
  1. Inspire;
  2. Pausa;
  3. Expire em "S". A saída do ar deve ser constante, sem oscilações. Não deixe o ar sair todo de uma vez (imagine o som de um pneu esvaziando). Faça também em: "F" e "CH"
Exercício 6:
  1. Inspire;
  2. Pausa;
  3. Expire em sopros curtos, mas com o som de "ts", como se fosse uma bombinha de encher pneu de bicicleta. ( ts, ts, ts, ts, ...) Controle o movimento do diafragma .
Exercício 7:
  1. Inspire;
  2. Pausa;
  3. Comece expirando com um sopro e transforme em "s". Tente fazer com que a metade do ar que você inspirou, saia através do sopro e a outra metade saia em "s".


Apoio Diafragmático


O apoio diafragmático é responsável pela sustentação do som, bem como a durabilidade e potência do mesmo. Ouvimos muito acerca dele, mas às vezes ficamos confusos na hora de aplicar a técnica. Quero com esta matéria elucidar um pouco mais o assunto.
O que é apoio diafragmático?É uma tensão aplicada à musculatura abdominal que faz com que o ar permaneça por mais tempo nos pulmões, não sendo emitido todo de uma vez, isso porque o diafragma (membrana que separa os órgãos inferiores dos superiores) provoca uma pressão dentro do corpo, formando a coluna de ar que permitirá a saída controlada do ar.
Como aplico o apoio diafragmático?Existem várias formas de compreendermos e aplicarmos a técnica. Várias escolas ensinam de forma diferente, não que uma seja melhor que a outra, mas alguns adaptam-se melhor a uma determinada forma mais que outros. Vou colocar as três formas que compreendo serem possíveis de exercitar:
Forma 1
1 - Inspire lentamente, sem erguer o peito e deixando o ar alocar-se nos pulmões e inflá-los, a ponto de sentir a ampliação da região abdominal e intercostal.
2 - Encolha a barriga (como se estivesse escondendo-a)
3 - Solte o ar em "zzz" - note que fica difícil até pra falar quando encolhe-se a barriga. É que forma-se uma coluna de ar que impede o ar de ser solto de uma vez.
Forma 2
1 - Inspire lentamente, sem erguer o peito e deixando o ar alocar-se nos pulmões e inflá-los, a ponto de sentir a ampliação da região abdominal e intercostal.
2 - Empurre a barriga (como se estivesse aumentando-a)
3 - Solte o ar em "zzz" - esta forma eu particularmente acho mais desconfortável, porém alguns preferem usá-la.
Forma 3
1 - Inspire lentamente, sem erguer o peito e deixando o ar alocar-se nos pulmões e inflá-los, a ponto de sentir a ampliação da região abdominal e intercostal.
2 - Tensione o abdômen (como se fosse pegar peso, ou como se estivesse protegendo o estômago de um possível golpe. Veja se está bem tenso dando pequenos golpes na barriga, pra sentir que está bem endurecida a musculação - se não conseguir, faça o seguinte teste: inspire e sopre com bastante força. Enquanto estiver soprando, note como a musculatura abdominal fica tensa. Agora tente tensioná-la sem soprar, então segure a tensão e apalpe o abdômen pra senti-lo firme. Quando estiver firme, o apoio está ativo)
3 - Solte o ar em "zzz" - esta forma, apesar de parecer um pouco mais complexa, acredito que é a que se aproxima mais de um bom apoio diafragmático, pois a sua execução não interfere nos órgãos internos de forma direta, ele acontece de fora pra dentro, não o contrário.
Escolha uma das três formas (apenas uma das três, ok?) e exercite bastante o movimento abdominal. Quando notar que está controlando bem o apoio, exercite a emissão aplicando o apoio da seguinte forma:
1)· Inspire lentamente, sem erguer o peito e deixando o ar alocar-se nos pulmões e inflá-los, a ponto de sentir a ampliação da região abdominal e intercostal.
· Solte o ar lentamente em "sss"
· Assim que começar a soltar, aplique o apoio e mantenha-o firme até o fim da emissão.
  1. · Inspire lentamente, sem erguer o peito e deixando o ar alocar-se nos pulmões e inflá-los, a ponto de sentir a ampliação da região abdominal e intercostal. 
     
  2. · Solte o ar em "sss" aos "soquinhos", cortando a emissão (S - S - S - S - S - S)

  3. · Note que a cada "S" emitido, o abdômen faz um pequeno movimento ou contração. Isto é sinal de que ele está comandando a emissão do ar. Valorize bem este movimento e, se possível, procure de fato forçá-lo. Quanto mais controle se tem sobre esta musculatura, maior o controle sobre a emissão.
  4. Faça os exercícios acima em "SSS", "XXX", "FFF", "ZZZ", "VVV", "GGG". Cronometre a evolução.



A CINTA ABDOMINAL (Apoio Diafragmático)
 VOCÊ PODE LOCALIZAR OS MÚSCULOS NAS FIGURAS ABAIXO
8 - A cinta abdominal é composta de vários músculos, dos quais os principais são: o transverso do abdômen 1 (figura A) , e na (figura B) o grande oblíquo 6, o pequeno oblíquo 5 e o grande reto 4 e 9 na (figura C), que garantem a estática e participam, também, na sua totalidade da dinâmica respiratória e da sustentação da voz.  
É preciso lembrar do grande dorsal 10, na região lombar, (Figura D) que é utilizado na inspiração, mas principalmente na expiração.
  1. O trabalho desta musculatura poderosa é indispensável a firmeza das costelas durante o canto. A atividade deste conjunto de músculos permite modular, regular a pressão expiratória, segundo as exigências da música, por um controle consciente e permanente.
  2. A capacidade pulmonar varia de indivíduo para indivíduo, segundo a idade e o sexo. Ela difere também conforme a posição: menos importante na posição deitada, mais profunda quando se está de pé e um pouco menos quando sentado.
    Seguem os números recolhidos por vários autores e após numerosos exames espirométricos. 
    Após uma inspiração profunda, a capacidade máxima (JAMAIS UTILIZADO NO CANTO) varia de uma pessoa para outra. Para os homens, entre 3,50 e 5,30 litros (Caruso tinha 4,50 litros). Para as mulheres, entre 1,80 e 3,70 litros. Normalmente, na voz cantada, a capacidade oscila entre 1 e 1,50 litros, dependendo do comprimento da frase.

  1. 9 - Grande Reto   10 - Grande Dorsal _11 - Coluna Vertebra

10 -
  1. Ela varia também conforme o tipo de respiração. Na respiração costal superior ela é mínima, porque é a parte mais estreita da caixa torácica, permitindo pouco desenvolvimento e provocando contrações intempestivas da região do pescoço e dos músculos laríngeos. Ainda, a subida do diafrágma fica limitada devido à ausência de movimentos abdominais. Já a respiração costo-abdominal facilita o aIargamento no sentido antero-posterior, aumentando assim a capacidade respiratória, sem esforço, e possibilitando a subida do diafrágma. A capacidade não é a principal razão da eficácia respiratória. O mais importante e o controle do sopro, do modo como ele é economizado, disciplinado e utilizado conscientemente, a fim de fornecer a pressão que corresponde às necessidades da música.
  2. Quaisquer que sejam as dificuldades de adaptação da respiração a fonação, é importante que os movimentos abdominais e torácicos estejam sempre relacionados a quantidade de ar inspirado. Muitas vezes, o cantor não percebe que ele toma ar demais ou, ao contrário, pouco ar.
  3. Se usarmos o espirômetro durante o treinamento respiratório, poderemos obter informações interessantes com dois testes: um que mede a capacidade púlmonar e outro que demonstra a eficácia do trabalho muscular.

  1. Quando o sopro não e disciplinado, existe uma diminuição no tempo de expiração mesmo quando há uma capacidade pulmonar maior e já foi comprovado em testes realizados que, a capacidade não e o elemento mais importante, e sim o dominio da tonicidade e a agilidade dos músculos que são os fatores que realmente importam.

1 - Músculo transverso
do abdome
2 - Púbis
3 - Osso Ilíaco



4.Grande Reto
_ _ 5 - Pequeno Oblíquo
_ _ 6 - Grande Oblíquo
_ _ 7 - Cúpula diafragmática esquerda
_ _ 8 - Cúpula diafragmática direita


6– ARTICULAÇÃO VOCAL

Articulação e Clareza do Som
Cantar é um elemento da articulação. As palavras da música devem ser muito claras e objetivas, para causar um processo de ação e reação imediata. Para que isto aconteça, deve-se levar em conta dois processos:
  • Articulação: processo pelo qual os órgãos da fala moldam o som vocal em sons reconhecíveis da fala.
  • Interpretação: processo pelo qual se carrega o espírito ou significado da música através do modo como se executa.

O primeiro passo para uma boa interpretação é o domínio de uma boa articulação. Tanto no canto, quanto na fala (a muitas pessoas), os movimentos articulares devem ser mais acentuados do que na conversação usual.

Os elementos na figura acima estão intimamente envolvidos no que se refere à articulação e clareza do som. Qualquer alteração no funcionamento deles irá interferir no som emitido.

Lábios
Há pessoas que possuem um problema de excessiva tensão labial, o que impede a boa mobilidade e flexibilidade. Por outro lado, existem pessoas que possuem um tônus labial baixo, ou seja, flácido.
A posição ideal para os lábios, é aquela que ajuda o rosto a Ter uma expressão agradável, feliz. Deve-se evitar puxá-los exageradamente para os cantos ou para frente quando se estiver cantando ou falando, pois isto pode modificar a qualidade sonora.
Para aqueles com problema de tensão ou flacidez labial, existe um procedimento muito simples e bastante eficaz, sugerido pelo fisioterapeuta e fonoaudiólogo Noélio Duarte. Primeiramente, deve-se visualizar a boca e seus pontos-chave:

Quem tem excessiva tensão, deve relaxar os lábios, apertando com o indicador e o polegar nos pontos indicados acima, seguindo a ordem numérica referida. Deve apertar cada ponto com firmeza, no entanto, sem exageros, durante 5 a 10 segundos. Pode ser incômodo, mas, ao final, os resultados vão valer à pena.
Já quem tem lábios flácidos, precisa de tonificação. O procedimento é o mesmo, só que ao invés de apertar demoradamente, dá-se ligeiros apertões (apertando e soltando imediatamente) no mesmo sentido numérico do esquema. Estas pessoas também podem fazer exercícios do "i" ou do "u", torcendo a boca para um lado e para o outro.
 

De um modo em geral, neste exercício das vogais, pode-se utilizar o "p" e o "b" para treino labial, pois estas consoantes são totalmente dependentes dos lábios.
Língua
A língua é o principal órgão da articulação, pois interfere na formação das vogais e consoantes. Em média, a língua trabalha numa velocidade de 370 movimentos por minuto.
Cerca de 90% dos problemas que envolvem a língua são de tensão. Isso causa o ressecamento da boca pela retração constante da língua. Este posicionamento não estimula muito a produção de saliva em termos fisiológicos, e também interfere consideravelmente na emissão do som, por razões explicadas mais adiante quando falarmos da faringe.
Existem, também, aqueles que precisam tonificar a língua, sendo caracterizados pelo acúmulo excessivo de saliva.
A língua deve permanecer numa determinada posição, chamada de "posição de repouso", ao longo do "assoalho" da boca tocando os dentes inferiores. Veja os seguintes exercícios de relaxamento.

- colocar a língua um pouco para fora da boca e morder levemente a pontinha da língua



                  - pressionar a língua fortemente contra os dentes fechados por 5 segundos;




Em seguida, deve-se associar os dois exercícios lentamente. Alguns problemas da pronúncia do "S" podem ser resolvidos com a colocação da língua na posição de repouso.
Maxilar
A tensão é um grande fator limitante da boa atuação dos maxilares. Pode-se perceber a tensão existente ao se fechar os dentes e engolir a saliva. Quando se canta de boca fechada ocorre isto. Por isso, aparecem dores após o ensaio ou apresentação, ou mesmo após a fala.
O maxilar interfere nos músculos da face, modificando o poder de contração. Portanto, deve-se relaxar esses músculos, facilitando a abertura e a flexibilidade da boca e liberando os músculos da garganta.
Nunca se deve usar posições forçadas, tais como empurrar o maxilar para frente, puxá-lo para trás ou trancá-lo numa posição. A sonoridade vai depender, em parte, da abertura que for dada ao maxilar. Em relação à tensão ao maxilar inferior, pode-se realizar alguns exercícios, lembrando que devem ter maior cuidado ao realizá-los aqueles com tendência à luxação do maxilar.

1. Lateralização
Abrindo a boca e movimentando o maxilar para a direita e para a esquerda.


2. Abertura total
Abrindo bem a boca por alguns segundos.








3. Projeção anterior
Com a língua na posição de repouso, projetando-se o maxilar para a frente, permanecendo assim por alguns segundos.
4. Projeção posterior
Com a ajuda de um dedo, fazendo-se um recuo do maxilar por alguns segundos.

Faringe
A faringe tem a função de ampliar o som, e embora não seja essencial para a articulação, está intimamente ligada à posição assumida pela língua. Seu melhor desempenho dependerá do comportamento da língua.
A ampliação do som será tanto melhor quanto melhor for o espaço que o som puder ocupar dentro da boca.

Como se pode ver neste esquema, a voz terá uma melhor ampliação na posição 1, a qual tem o dobro do tamanho da posição 2. Deve-se notar como o hábito tão comum da posição 3 diminui consideravelmente o espaço para a ampliação da voz.
Existem exercícios que facilitam a aquisição do hábito da posição 1:
- sabe-se que ao se fazer o movimento de engolir, a língua inicialmente sobe e em seguida, sua parte posterior desce. Então, com o dedo indicador e o polegar em cada extremo do maxilar inferior, faz-se o movimento de engolir. Quando a parte posterior da língua estiver descendo, mantém-se uma pressão para baixo, forçando os dedos, sem esquecer que a ponta da língua deve estar no padrão de repouso.
- pode-se escolher um tom médio, e com as vogais "a", "o", e "u" as pessoas podem cantar variando o padrão de língua na posição 2 (representado pela vogal em minúsculo) e posição 1 (representada pela vogal em maiúsculo).

Palato
O palato se divide em 2 partes: o palato duro (céu da boca) e o palato mole (úvula, conhecida como campainha).
O palato duro está envolvido com a projeção da voz, e o palato mole com a formação de sons orais e nasais.
O som, na verdade, é formado por ondas. As ondas só se propagam em linha reta, daí a importância do palato duro aliado a uma boa postura da cabeça:


Sabe-se que as narinas são responsáveis pela ressonância nasal. Porém, o som nasal só será emitido com a "permissão" do palato mole (a úvula).

Sons nasais




Sons orais

Para emitir esses sons nasais, a úvula desce. Caso suba, os sons emitidos serão orais.
O excesso ou a falta de nasalidade podem representar sérios problemas de voz, afastando-se da normalidade e modificando o som original que deveria ser produzido.
A origem dos problemas pode estar no hábito de colocação errada da voz, até problemas mais sérios, como tumores, sinusite, adenóide e excesso de muco.

RESSONADORES VOCAIS E OS ÓRGÃOS ARTICULADORES
O som produzido na laringe seria praticamente inaudível se não fosse amplificado e modificado pelas caixas de ressonância próximas à laringe. Para a técnica vocal (o canto), daremos especial atenção aos ressonadores da face. São eles: cavidade da boca, cavidades do nariz e os seios paranasais, chamando-os de ressonadores faciais ou voz facial. É esta voz facial que o cantor, seja qual for sua voz, deve e precisa desenvolver. Uma voz que não explora essas ressonâncias, mesmo sendo uma voz forte, será uma voz sem brilho e sem qualidade sonora. A voz bem colocada tem penetração, beleza e qualidade.
A voz não impostada, não trabalhada, geralmente é apoiada na garganta, emitindo, assim, sons imperfeitos, sem brilho, mesmo que o timbre seja muito bonito e agradável.
Você já deve ter ouvido falar em “cantar na máscara”, ou seja, utilizar os ressonadores faciais. Observe os ressonadores faciais fazendo este simples teste: coloque uma das mãos encostadas no “Pomo de Adão”, que é a saliência da laringe e a outra entre o lábio superior e o nariz, apenas encoste a mão. Não faça força nem aperte. Com a boca fechada produza um som qualquer, como um “HUM”. Se observar uma vibração no “Pomo” você está apoiando a voz na garganta e não nos ressonadores faciais, caso a vibração maior seja abaixo do nariz você estará no caminho certo, utilizando esses ressonadores faciais. Não se preocupe, faremos outros exercícios para tal desenvolvimento.
Uma voz que não utiliza os ressonadores faciais tende a provocar um desgaste obrigando o cantor a um esforço desnecessário e, sem dúvida, sua voz será envelhecida prematuramente.
Impor a voz na face não significa forçá-la nos ressonadores faciais com excessos de emissão e sim emiti-la de forma fisiológica sabendo explorá-la de maneira natural.
Os órgãos articuladores são: os lábios, os dentes, a língua, o palato duro, o véu palatar e a mandíbula e são encarregados de transformar a voz em voz falada ou cantada. Qualquer deficiência de articulação irá dificultar o entendimento do que se canta.
É importantíssimo saber pronunciar bem as palavras de acordo com o idioma e suas regras, explorando os articuladores na forma correta dos vocábulos. A cavidade bucal sofre diversas alterações de tamanho e forma pelos movimentos da língua, considerada como o principal órgão da articulação, pois apresenta uma enorme variabilidade de movimentos pela ação dos seus músculos.
CAVIDADES DE RESSONÂNCIA
Elas estão situadas à frente da coluna cervical, isto é atrás da parte óssea e do maxilar e segem à laringe. Elas são compostas pelo baixo ou oro-faringe, limitada embaixo pelas cordas vocais, à frente pela epiglote e a base da língua, e atrás pela parde anterior da coluna vertebral que é recoberta pelos músculos constritores. Ao lado estão os pilares, prolongados acima pelo véu palatino. Acima e atrás das fossas nasais, o cavum, ou rino-faringe (figura A).



____Figura A - 1. Sinus; 2. Fossas nasais; 3. Cavum; 4. Véu palatino;______ 5. Língua; 6. Epiglote; 7. Cordas vocais.

Estas cavidades possuem paredes fixas (maxilar superior e palato duro) e paredes móveis (mandíbula, língua, epiglote, lábios e véu palatino). Suas formas e dimensões são variáveis dependendo das pessoas. Alguns destes órgãos têm um sentido muscular (língua, lábios e mandíbula) e outros não têm (véu, palatino, laringe e cordas vocais).
No interior desta cavidade se encontra o véu palatino que se segue ao palato. Ele pode ter um diâmetro transversal e sagital mais ou menos desenvolvido e ser mais ou menos longo e musculoso. Qualquer que seja sua forma, o mais importante é sua mobilidade. Sua posição depende das atitudes articulatórias e varia, segundo a ausência ou a presença de nasalização (figura B). Neste caso, ele se abaixa e deixa passar um pouco de ar nas cavidades nasais. Ele muda também, segundo os movimentos da mandíbula, dos lábios, da laringe e o alargamento, mais ou menos pronunciado da faringe. Ao nível dos pilares, do véu palatino e da parede faríngea, este alargamento é sentido como uma atividade muscular importante e muito sensível (figura C ).


Figura B – 1. Elevação do véu palatino; 2. Abaixamento do véu palatino.




A Língua
Ela é um órgão muscular móvel, feita de numerosos músculos e ligada à epiglote e à laringe. Ela pode e deve executar movimentos extremamente precisos, em diferentes pontos da cavidade bucal. É o principal órgão da articulação. Ela encontra pontos de apoio sobre diferentes partes da abóbada palatina e pode realizar, tanto movimentos da ponta em direção às arcadas dentárias inferior ou superior, como elevar a base até a parte posterior do palato.
Através dos músculos que a unem aos órgãos circunvizinhos, ela intervém na abertura bucal, nos movimentos do véu palatino e na tonicidade e firmeza da articulação.
Como todos os músculos desta região estão relacionados entre si, diretamente, e se continuam por suas fibras musculares com os músculos da hipo-faringe e da laringe, toda contração para baixo e para trás vai desencadear uma ação de outros músculos desta região, enquanto que toda posição normal da base da língua atenua as contrações deste conjunto de músculos.
Do mesmo modo, toda ação, que procura alargar transversalmente as cavidades de ressonância, terá tendência a atenuar a ação dos músculos que fecham ou estreitam a abertura da hipo-faringe e da parte posterior da boca.

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 Figura C – A cavidade bucal. 1. Véu palatino; 2. Úvula; 3. Pilar anterior; 4. Pilar posterior; 5. Amígdala; 6. Língua; 7. Parede faríngea.


Ela é o órgão móvel da articulação e, também, comanda a atitude da laringe, o volume das cavidades supra-laríngeas em sinergia com os movimentos da língua. Quanto aos lábios, eles regulam a atribuição do ressonador bucal anterior.
É nesta grande cavidade faríngea, que o som emitido pela laringe vai desenvolver o timbre pessoal do cantor e onde se dará o acordo vocal realizado entre a laringe, órgão vibrador, e as cavidades supra-laríngeas, órgão ressonador. Aí também são realizados os movimentos de articulação, dos quais a voz é o suporte. A mandíbula tem um papel essencial no que diz respeito à coloração dos timbres e à compreensão do texto cantado.
É, pois, o lugar de uma atividade muscular permanente já que há uma mobilidade constante dos órgãos contidos nas cavidades supra-laríngeas. Suas possibilidades de adaptação permitem ao cantor distribuir, a seu bel-prazer, as zonas de ressonância (figura 15), ou seja, de modificar a composição acústica das sonoridades, já que é no nível destas cavidades que os harmônicos são filtrados, onde alguns serão aumentados e outros diminuídos. É por um automatismo acústico-fonatório controlado pelo ouvido, pelas modificações muito sutis, muito finas, que se pode obter uma grande variedade de sonoridades e adaptar o conjunto destes mecanismos às exigências do texto, da música e da expressão.

 


    ___Figura D – 1. Ressonâncias faríngeas; 2. Ressonâncias bucais; 3. Ressonâncias nasals.
    Esta facilidade de adaptação voluntária ou involuntária explica a realização de um timbre ou de uma emissão particular, conforme o gosto do professor ou do aluno.
    Mas ela não estará obrigatoriamente de acordo com as possibilidades do cantor, nem às regras da fisiologia vocal, da fonética, da acústica e da física. Cedo ou tarde elas levarão às dificuldades de outra natureza.
    Devemos assinalar a importância desta grande cavidade faríngea para o cantor, pois este é o lugar privilegiado para as infecções e inflamações. Efetivamente, a face posterior da faringe pode estar congestionada pelo muco retro-nasal descendente, pelas inflamações dos sinus que atingem a laringe, por um cavum obstruído por vegetações, pelas amígdalas infectadas ou pelo catarro tubário. Todas estas inflamações ou infecções supra-laríngeas se transmitem à mucosa da faringe e da laringe e modificarão o tipo de contração dos músculos que os recobrem bem como a qualidade das mucosas. Elas, também, atrapalharão a respiração do cantor, obrigando-o a pigarrear e a modificar as sensações indispensáveis ao controle da voz cantada.


    7 - Vocalizes
    São exercícios vocais que trabalham com escalas e as vogais. Daí o termo "vocalize". As consoantes também são necessárias, pois quando são bem pronunciadas, ajudam a melhorar a dicção.
    Os vocalizes têm várias funções, como para aquecimento vocal. Entretanto, também contribuem para afinação, dicção, dinâmica e acentuação.




    Importante: Preste atenção ao pronunciar as sílabas, palavras e frases. É muito importante que o auditório entenda exatamente o que a letra da música diz, pois é assim, que conseguimos transmitir a mensagem que a música traz. Muitas vezes Deus usa a música para preparar os corações daqueles que nos ouvem para dar o "recado" que Ele tem para elas naquele dia. Portanto, de agora em diante, preste muita atenção naquilo que você canta e como está cantando.



    Exercício 04

    Exercício 05

    Exercício 06
    Nesse exercício, vamos utilizar uma técnica chamada "boca chiusa". Você deverá realizar esse exercício com a boca fechada, mas os dentes não podem estar cerrados.





    Observações:
    Lembre-se que todos os exercícios devem ser feitos dentro de uma oitava, subindo de meio e meio tom Associe aos vocalizes tudo o que foi visto sobre respiração.


    Exercício 10
    O objetivo desse exercício é trabalhar a colocação de voz.
    Segure por quatro tempos a mesma nota e dê um intervalo também de quatro tempos. Comece pela nota mais aguda e vá até o mais grave (lembre-se que estamos trabalhando apenas dentro de uma oitava).


    Exercício 11
    Nesse exercício você vai perceber que estaremos cantando algumas notas que normalmente não usamos em outros exercícios, que serão utilizados para aprimorar a percepção musical. Esta é uma escala cromática, isto é, uma escala formada por semitons. Primeiro, cante "I A", e depois "OH".


    Durante a prática desses exercícios tudo deve funcionar em conjunto: respiração, postura, ritmo e tudo o que já vimos anteriormente. No vocalize 12, você deverá cantar a primeira linha das vogais (uma em cada nota) e em seguida, repita o mesmo exercício cantando a segunda linha das vogais. No vocalize 13, você deverá cantar primeiro "dá..." em todas as notas de exercício. Só depois é que você deve passar para a próxima sílaba.





    Exercício 14
    Esse exercício deve ser feito cantando as vogais, usando apenas uma única respiração para todo o exercício, sem pausas. O objetivo é trabalhar a extensão da sua respiração e a sua capacidade de sustentar notas sem desafinar. Você não deve se sentir cansado após esse exercício. Se isso acontecer, é preciso praticar mais os exercícios de respiração!

    Exercício 15
    Esse exercício vai ajudá-lo a desenvolver sua mobilidade vocal. Cante cada nota da escala; sem atropelar nenhuma. Você pode cantar alternando as vogais "A" e "O" cada vez que subir o tom.


    8 -Classificação Vocal
    Na música clássica vemos uma divisão bem clara e rígida para cada tipo de voz. Isso ocorre por que o cantor (a) deve seguir uma partitura que já trás definidos o ritmo, a tonalidade e o andamento da música que foram determinados pelo compositor.
    Acredito que para o canto popular não há necessidade de uma classificação como no canto lírico (clássico). Por exemplo: se uma pessoa que é contralto quiser cantar uma música que foi composta originalmente para soprano, basta alterar a tonalidade da música para adequá-la à sua tessitura.
    Quando falamos em grupos vocais (corais, madrigais, etc) aí sim essa classificação vocal existe e tanto na música popular como na música clássica pode-se perceber claramente a divisão das vozes.




    9 Dinâmica
    É muito desagradável quando paramos para ouvir uma música e percebemos que ela começa e termina sem dinâmica alguma; ou seja, não se percebe nenhuma variação de volume durante toda a música. Para trabalhar com dinâmica, primeiramente é preciso que o cantor(a) esteja integrado com os músicos que executarão o instrumental. Não adianta o cantor se esforçar em demonstrar uma certa "emoção" enquanto canta e os músicos não acompanharem a mesma idéia. Para quem canta com play-back, deve-se ouvir com muita atenção seu instrumental antes de cantar. Para entendermos como funciona a dinâmica numa música, vamos observar duas coisas importantes:
    1. O que diz a letra - Esse é o ponto de partida. A partir do momento que decidimos passar uma mensagem, devemos nos lembrar de usar todos os recursos disponíveis para que isso aconteça (cada um a seu tempo). Portanto, leia a poesia antes e reflita naquilo que você irá cantar interpretando-a durante a execução.
    2.Volume - é o recurso que pode ser usado para se trabalhar com a dinâmica da música.
    1. Grande é o Senho
    Grande é o Senhor







    10 - Como estudar em casa

    1. RELAXAMENTO
    2. POSTURA
    3. RESPIRAÇÃO
    4. VOCALIZES
    5. REPERTÓRIO
    O relaxamento e a postura estão extremamente ligados. Lembre-se que cantamos com nosso corpo todo, não apenas com a voz!
    Saber como trabalhar a respiração na técnica vocal, como já vimos em aulas anteriores, é muito importante para desenvolver a capacidade de cantar bem. Para isso, é necessário praticar os exercícios que foram dados com muita dedicação e aos poucos, ir aumentando a intensidade deles.

    Os vocalizes tem muitas finalidades. Uma delas é o aquecimento vocal, que deve ser feito sempre antes da aula ou apresentação. Também devemos praticar os vocalizes com a intenção de se melhorar a afinação, ritmo, etc.
    Esquema de estudo 1 hora/aula por dia:
    1. Os dez minutos iniciais são para o relaxamento. Faça todos os exercícios que estão na aula e outros que você souber que sirvam para relaxar os ombros, pescoço e costas. Aproveite também para verificar a postura.
    2. Nos dez minutos seguintes, faça exercícios de respiração. Vá aumentando gradativamente a repetição de cada exercício até fazer cinco vezes cada um.
    3. Nos próximos dez minutos, invista nos exercícios de vocalizes, que servem para afinação, aquecimento, ritmo, etc.) No início do estudo, é preferível trabalhar apenas em uma escala, isto é, faça apenas dentro de uma oitava. (Ex: começando no dó central do piano/teclado siga as notas indo para a direita (agudo), fazendo os exercícios até o próximo dó).
    4. O tempo restante poderá ser aplicado no repertório. Essa é a hora de aplicar tudo que você tem feito nos exercícios. Procure escolher músicas com ritmos variados.

    " A voz é um código de expressão da alma, pois revela nossas impressões mais profundas através de seu timbre, seu volume, sua forma de emissão, enfim. Quando trabalhamos com a voz de alguém, colocamos em jogo o seu esquema de valores, toda a sua filosofia de vida e toda a sua cosmovisão."

    Academia Voices - Estala Vargas
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    Aula da semana de 10/10/2012



    Treinando intervalos

    Exercícios de Respiração



     Aula da Semana 26/08/2012 a 31/08/2012

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    Apoio Diafragmático - Exercícios Vocais
    Por Luciana Fratelli
    Na semana passada, expliquei um pouco como funciona o Apoio Diafragmático. Preparei então um exercício vocal específico para este fim. Este tipo de exercício é muito interessante, pois tem várias aplicações. Quando trabalhamos a voz com exercícios semelhantes a este, trabalhamos muito a musculatura abdominal e, conseqüentemente, o apoio. Aperfeiçoamos também a afinação, pois não há como transportar a voz de uma nota à outra devido ao curto tempo de emissão. Enfim, exercitamos a nossa articulação, pois se faz necessário concentrar-se muito na abertura da boca e na posição da língua e do palato, pois o sucesso do exercício depende muito do bom funcionamento da articulação.
    Como exercitar:
     Poste-se à frente de um espelho (de preferência de corpo inteiro, senão um que dê para ver o rosto até a região abdominal)
     Abra bem a boca e simule um bocejo. Perceba a sensação do palato mole sendo esticado (depois do céu da boca, aquela região "mole", onde geralmente sentimos a irritação nos casos de inflamação da garganta). Vá procurando esticar o palato sem o bocejo, você está explorando e conhecendo seu aparelho vocal.
     Mantenha a língua abaixada
     Quando estiver com o palato alto (bem esticado, como no bocejo) e língua abaixada, a ponta encostada nos dentes inferiores) emita um sonoro "AAAAAAA".
     Observe que o palato (a campainha) move-se um pouco, mas o que não pode acontecer é um movimento no seu pescoço. Repita o exercício e veja se não houve uma movimentação no pescoço (não pode ser nem de leve).
     Se houve um movimento, ainda que pequeno no pescoço, pode ser que você esteja dando um "golpe de glote". Você segura a voz na garganta e solta ela, com um golpe, abrindo de uma vez a passagem de ar. Isto não pode acontecer. A forma correta de fazer este exercício exige que você não faça nenhum movimento nas regiões abaixo do palato, a não ser o diafragma. É ele quem vai controlar a saída de ar. Abra bem e tente primeiramente com "Há, há (som de R)". Note que pra fazer o "Há" você não fecha totalmente o som na garganta. A passagem fica aberta. Vá fazendo e tirando o som de "R" até conseguir emitir o "AAA" sem golpe de glote.
     Vá fazendo o "A" aos "soquinhos" - "A - A - A - A - A - A" Cuidando pra não fechar a voz na garganta, observe bem o movimento no pescoço. Quando conseguir fazer várias vezes o "A" cortando o som rapidamente e sem golpe de glote, você está pronto pro exercício.
    Definições sobre a notação musical.
    Existem duas peculiaridades na partitura a seguir, dois sinais que definem a forma de emissão do som, que são o "staccato" e o "legato".
    O staccato é representado por um ponto sob a cabeça da nota (ou sobre, se estiver invertida) e significa que o som desta nota será executado de forma destacada (rápida e curta) e para emiti-lo no canto, precisamos do apoio diafragmático controlando a emissão de ar.
    O legato é representado por um arco ligando as notas, e as que estiverem contidas no raio deste arco deverão ser emitidas sem interrupção do som, de forma ligada.
    Observe bem estes detalhes ao fazer o exercício, pois a visualização ajuda muito na hora de executar. É um auxiliar poderoso que nos ajuda a não cometer erros e não sermos pegos de surpresa. Procure então, mesmo que não esteja acostumado à leitura, seguir a partitura.
    Obs:
    1) Lembre-se de utilizar o áudio como referência de afinação.
    2) Faça o exercício dentro de sua extensão de conforto.




     

    AULA DA SEMANA (26/07 a 01/08/2012)
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    TÉCNICA DA EMISSÃO  


    No estudo da técnica vocal não importa a quantidade de exercícios nem a sua variedade.
    O importante é fazê-los. Um só exercício perfeitamente realizado é muito mais proveitoso que uma série de escalas cantadas de qualquer modo.
    É melhor não fazer nenhum que fazê-lo mal.
    Fazer exercícios com a língua para fora ou com os dedos entre os dentes, ajuda a compreender o relaxamento e a manter uma boa posição dos órgãos da boca. para ser completo e eficaz, deve ser uma verdadeira ginástica vocal.
    As vozes ásperas devem insistir sobre as vogais "U" e "O". As vozes opacas estudarão mais as vogais "E", "I" e "A".
    Os exercícios devem sempre ser feitos em pé.
    Os primeiros exercícios se referem à impostação da voz: controle do ar, utilização dos ressonadores, posição dos órgão da boca, relaxamento, continuidade e homogeneidade do som.
    Os seguintes desenvolvem a agilidade, flexibilidade, o legato e a musicalidade.

    Tudo se pode aprender

    Qualquer um que possua sentido musical, bom ouvido e uma voz falada bem timbrada, pode esperar obter bons resultados no estudo do canto.
     

    EXERCÍCIOS DE TÉCNICA VOCAL  


    1º Exercício - O Golpe de Arco" do Cantor

    Este 1º exercício tem o duplo objetivo de ensinar a encontrar e utilizar as ressonâncias faciais e a suster o som.
    Cerre a boca observando sua posição natural de descanso, os dentes ligeiramente separados e o fundo da garganta livre e aberto.
    Se você tem tendência a contrair, ensaie um "bocejo reprimido" no interior de sua boca fechada.
    Aspire uma quantidade de ar médio e logo bloqueie.
    Ataque a nota se golpe de glote, com o som da consoante "m". Se isto lhe parece difícil, tente fazendo: "Hemm... "aspirando o "h".
    Sustenha o som o quanto seja possível, porém termine antes de ficar sem ar, e em forma decrescente.
    Acostume-se desde o princípio a efetuar bem o ataque e a terminação.
    Para guardar muito tempo o ar e economizá-lo, envie-nos para cima, por detrás dos olhos, tendo a sensação de que o som sai por eles.
    Sentirá, então, vibrações por detrás do nariz, podendo verificar se apoiar o polegar e o indicador sobre o osso do nariz.
    Nem sempre se encontra logo a maneira de chegar a todos os ressonadores, porém, no transcurso da prática, se notará que a voz irá abrindo novos sítios de ressonâncias, exatamente como se abrem novas portas em uma casa.

    2º) Exercício - Movimento da Língua e dos Lábios enquanto se mantém o Som

    Este exercício se realiza murmurado as consoantes "M" e "N" sem vogais intercaladas.
    Comece exatamente como o 1º exercício.
    Depois, sem cortar o som, pronuncie a consoante "N" (sem o "e" final) entreabrindo os lábios e apoiando firmemente a língua contra o céu da boca.
    A vibração interna é mais intensa que no 1º exercício, todavia, o som não de mudar sua colocação ao trocar a consoante. Deve ter-se a sensação de ir subindo continuamente. Pense em cada uma escada ou em uma pilha de pratos: cada consoante que pronuncie será um degrau dela, cada vez mais alto.
    Temos que subir constantemente para não abaixar o som.


    3º Exercício - A Colocação das Vogais

    Agora que você sentiu as vibrações de seus ressonadores faciais e, em consequência, achou o lugar em que colocar-se o som, trataremos de situar as vogais.
    Emita o som MM...
    Quando sentí-lo bem colocado, abra a boca dizendo: Mma... Mme... Mmi...Mmo... Mmu... (francesa).
    Os músculos do pescoço e dos maxilares, devem achar-se completamente distendidos e o interior da boca, aberto, como reprimindo um leve desejo de bocejar.
    As vogais devem abrir-se no alto do zumbido Mm... como a flor sobre seu caule.
    Estes primeiros exercícios estão destinados especialmente a suster o ar e buscar os ressonadores.
    Os resultados com eles obtidos, assim como os que se ganharam os exercícios respiratórios, devem aplicar-se a todos os exercícios seguintes.

    4º Exercício - Para Distender o Fundo da Garganta e Amansar a Língua

    Este exercício tem por objetivo conseguir a distensão do fundo da garganta e evitar que se contraia a língua.
    Pegue entre o polegar e o indicador a ponta da língua com um lenço limpo, naturalmente. Puxe-a para fora da boa. Abra uma boca bem grande. Realize o exercício sobre uma "e" bem aberta, muito suave e quase sem timbre.
    Se ao subir na escala vocal a língua resiste e tem tendência a contrair-se na boca, não ceda, pois é justamente nos agudos quando mais se necessita ter a garganta livre. Neste exercício, não busque qualidade nem redondeza no som; só interessa a distensão.
    É absolutamente indispensável segurar a língua com os dedos, pois do contrário, ainda que ela não volte a entrar na boca, poderá contrair-se mudando de forma.

    Observação importante sobre os exercícios - "Tirando a língua", ou seja, na "emissão fisiológica"
    Ao tirar a língua fora da boca, mantendo-a imóvel mediante dos dedos cobertos por um lenço, se imobilizam todos os músculos que governam, assim como os numerosos músculos da laringe e do pescoço.
    Só as cordas vocais permanecem livres para produzir o som. É necessário advertir que todas as notas devem poder ser emitidas assim "fisiologicamente" (ou seja, em estado rústico e unicamente pela contração das cordas vocais), pois aquelas que necessitam outros músculos para a dita "emissão fisiológica" são sons artificiais que, não só fatigam a voz, sendo que jamais alcançaram a flexibilidade e a pureza dos sons naturais. (Estão fora desta regra alguns sons sobreagudos das sopranos ligeiras, que se emitem aproximando o véu do paladar à base da língua, no fundo da boca).
    As cordas vocais, por si só, devem fazer um esforço de aproximação que constituem uma ginástica fortificante; nos agudos se sente como se a língua puxasse para dentro com todas as suas forças para ajudá-las.
    Os exercícios que se fazem "tirando a língua" constituem uma grande ajuda para a reeducação das vozes cansadas. As vozes que perderam a facilidade na emissão pelo abuso de artifícios empregados para alcançar notas, as quais não podiam chegar, devido ao relaxamento e cansaço de suas cordas vocais.
    Estes exercícios são também um remédio eficaz para as vozes que têm tendência a "cair": é como a afinação das cordas, que se ajustam à posição requerida para cada nota.
    Quando o laringologista quer verificar o estado da voz de uma pessoa, a faz tirar a língua fora da boca para verificar por meio de seu espelho se as cordas vocais se juntam bem na emissão do som "e" em toda a extensão da voz.
    Este é o critério para saber se as cordas vocais estão sãs. O emitente laringologista, Dr. Wicart, de Paris, fundamenta todo seu método vocal sobre esta emissão fisiológica na sua importante obra: "O Cantor".
    Segundo sua opinião, o exercício com a língua para fora basta para desenvolver e manter a voz dos cantores.
    Sem estar totalmente de acordo com ela, devemos reconhecer que a soma desses exercícios aos outros é sumamente eficaz para a reeducação das vozes estropiadas e para impedir a contração dos músculos ao impostar a voz.
    Porém cuidado: neste, como no todo, a língua pode ser a melhor ou a pior das coisas; temos que saber utilizá-la com conhecimento de causa.



    5º Exercício - Para Abertura da Boca

    Este quinto exercício se realiza sobre "u" introduzindo entre os dentes os dois dedos, indicador e médio, um em cima do outro. Os dentes não devem mordê-los e sim tocá-los ligeiramente; os lábios, ao contrário, devem apertá-los com firmeza.
    Deve-se ter a impressão de que o som "u" está colocado sobre os dedos, bem adiante, perto dos lábios.
    Abra mais a boca ao subir, separando os dedos em forma de forquilha. No agudo deve haver lugar para três dedos... sempre que não sejam demasiadamente grossos.
    O interior da boca deve permanecer sempre completamente aberto, na posição de bocejo.

    6º Exercício - O Bocejo

    Adota-se decididamente a posição de um bocejo bem grande com a boca aberta e levantando o véu do paladar. (Isto provoca um verdadeiro bocejo, mas temos que reprimí-lo ou evitá-lo).
    Não deve haver rigidez nem contração; pense no bocejo de um bebê ou de um gatinho.
    Efetue o seguinte exercício sobre "a" ou "an" francês, atacando as notas por cima do bocejo, atrás do nariz.
    Coloque bem a primeira nota e trate logo de não variar de lugar.
    Ascenda cromaticamente até o extremo mais agudo da voz. Este exercício, devido a total abertura da garganta que provoca, é o que permitirá alcançar melhor as notas mais altas.
    Importante: A coluna de ar ascende à medida que as notas são mais altas, mediante a elevação do diafragma produzida ao contrair o ventre, elástica e progressivamente.
    Nos sons sobreagudos, este movimento se acentua, a boca se abre ao máximo, o véu do paladar se levanta cada vez mais, esboçando-se a atitude do vômito.

    7º Exercício - Ressonadores, Articulação, Legato

    Este exercício se realiza sobre "ling", "lul" ("u" francesa) e "ble".
    Ling: pronuncia um "L" bem firme e logo o "I", tendo a sensação de colocá-la contra o paladar, mandando-a para frente. Tudo isso sempre em um ligeiro bocejo.
    Sobre a segunda nota diga "ing", passando rapidamente sobre o "I", para fazer a voz vibrar em "NG", bem perto do nariz.
    O intervalo de 3ª que separa as duas notas, exige uma ligeira distensão da mandíbula.
    Não se deve pronunciar "E" entre os dois "ling" (segunda e terceira notas), e sim, parar sobre a vibração "NG" até a emissão da sílaba seguinte.
    Sobre a terceira nota diga "lin" sem demorar-se em "li", e sim, mandando em seguida, a vibração "NG" até o nariz (ressonadores).
    As quatro últimas notas se cantam do mesmo modo, tendo o cuidado de não deixar baixar a voz nos terceiros descendentes: ao catá-las, deve-se ter a sensação de subir.
    Lul: ("U" francesa), pronuncie como antes, um "L" bem enérgico. O "U" deve colocar-se bem à flor dos lábios.
    Faça vibrar a 2ª nota sobre o "L" final de "ul", mantendo a língua firmemente apoiada contra o paladar (com a garganta bem aberta).
    Esta vibração sobre o "L" é muito pura, porque todo o ar se concentra no som pelo movimento de língua.
    Sobre a terceira anota do exercício cante "lul" passando rapidamente pelo "U", para fazer vibrar o "L".
    Ao descer, siga as mesmas indicações que para "ling". É difícil pronunciar "ling" e "lul" senão na "tissitura" da própria voz. Quando, ao subir, comece a sentir alguma dificuldade, troque as sílabas por "ble" dobrando as consoantes.
    Legato: Durante todo o 7º exercício, se tratará de ligar o máximo possível as notas, sem fazer "portamento", ou seja, sem deslizar a voz de uma nota para outra, passando por sons intermediários. Temos que cuidar igualmente da articulação para que não rompa a continuidade do som, o que quebraria a linha melódica.


    8º Exercício - A Grande Escala

    A escala grande é, dito pelos grandes cantores, "o exercício mais necessário para todas as vozes".
    Tome bem o ar e bloqueie-no, pois essa escala exige um perfeito controle do mesmo.
    Deve-se cantar sobre "U-I".
    Por meio da pronúncia correta de "U", se consegue abrir bem a garganta e o interior da boca. Imediatamente se passará para o "I" sobre a mesma nota, tendo a sensação de que está colocada muito mais alta que o "U", como se fosse sair por entre os olhos.
    Mantendo firmemente a nota e o "I" se prepara a subida até a nota seguinte sobre "U". Essa passagem de uma nota à outra, deverá ser flexível, como o movimento que fazemos ao caminhar, quando apoiamos primeiramente um pé e o levantamos logo, com naturalidade.
    Quase sempre, no princípio, os alunos não conseguem subir com soltura mantendo bem aberto o fundo da garganta. Nesse caso, podem pronunciar "A-U-I" não cortando nem deixando escapar o som.
    Como cada nota deve ser mantida durante um bom tempo, acontece quase sempre de terminar o ar antes da quarta nota.
    Para que isso não aconteça, é recomendado que se economize o ar como se tivessem que cantar uma nota a mais.
    Este truque sempre dá bom resultado e a última nota sai tão firme como as anteriores.
    Deve-se terminar sempre decrescendo.
    Na descida, como sempre, "temos que subir".
    Ao atacar o primeiro "do" imagine ter uma laranja dentro da boca e outra no funda da garganta, por sobre as quais deve passar o "A-U-I".
    Quando a escala desce, o "I" que havia deformado um pouco no agudo, pelo bocejo, deve tornar-se cada vez mais "I", mais clara, como mordendo-a.
    A Escala Grande deve ser cantada em toda a extensão da voz, subindo cada vez mais, cromaticamente.
    No agudo, se tem a sensação de que a garganta está exageradamente aberta, para caber melhor o som. quando os sons estão bem colocados as vibrações são tão fortes no agudo, que não é raro alguns ficarem aturdidos.
    A coluna de ar deve suster com firmeza o ar e seguí-lo em sua subida, elevando o diagrama )do que se consegue contraindo progressivamente o ventre).
    Há outro modo de suster o som com o ar nas subidas fortes que é, ao contrário, empurrando todos os músculos para baixo. Este recurso dá muito resultado, principalmente para os homens e nos têm voz grave, em geral. Assim sempre se consegue grande firmeza e potência, mas não tanta flexibilidade nem altura de voz como a primeira maneira.
    A primeira é adotada pelo método italiano, ao passo que a última se presta muito ao canto wagneriano.

    9º e 10º Exercícios - soltura da Mandíbula Inferior

    Diga "da...a", "da...a", três vezes sobre a mesma nota, abaixando energicamente o queixo ao dizer "da" e subindo no "e".
    A língua, depois de haver encostado no paladar para pronunciar o "d", volta rapidamente à sua posição inicial e se tem a sensação de que é ela quem empurra a mandíbula para baixo.
    Colocando os dedos na frente das orelhas, pode-se seguir o movimento de abertura das juntas da mandíbula.
    Repita o mesmo sobre: "za", "za", "za", "za", "za".
    Abra bem a boca, nas segundas, terceiras e quartas notas que são agudas.
    A última, grave, deve colocar-se no alto, próxima a sua oitava superior.

    11º Exercício - Concentração do Ar no Som

    Se realiza sobre "DDU" ("U" francesa).
    Duplique o "D", para poder enviar o "U" bem adiante, entre os lábios. quando a vogal está colocada bem adiante, o som ressoa na parte anterior da boca.
    Pode-se imaginar que canta em um globinho colocado ente os lábios, na frente dos dentes. Sobretudo não sopre ao cantar o "U": levante uma parede imaginária na frente do seu ar, ou que precisa reter um cavalo muito veloz com as rédeas.
    Todo o ar deve converter-se em som.
    Isto pode se controlar por meio de uma vela acesa: coloque-a diante da boca, a dez centímetros de distância, no máximo. Sua chama não deve oscilar enquanto você canta.
    Se o exercício está bem feito, todo ar fica no som para enriquecê-lo.
    Este exercício deve ser feito subindo cromaticamente na extensão da tessitura.
    Quando se chega ao alto médio, o globinho se desloca para o centro da boca.


    12º Exercício - Condução dos Sons Graves aos Ressonadores

    Temos dito que por mais graves que sejam os sons, devem recorrer sempre aos ressonadores faciais para serem enriquecidos com seus hormônios e assegurar a homogeneidade da voz.
    Por meio deste exercício, se encontrarão muito facilmente os ressonadores faciais nos sons graves. Se comprovará, ademais que não é necessário buscar as ressonâncias do peito nas partes graves: elas surgem por si, deverá se ter o cuidado de não apoiá-las ali, pois os sons graves têm seu ponto de apoio no mesmo lugar que os outros sons.
    Aspire fortemente o "H".
    Passe rapidamente pelas vogais, para fazer vibrar a nota no duplo "N", com a língua apoiada firmemente contra o paladar.
    Se o exercício está bem realizado, é impossível não encontrar as ressonâncias faciais, ainda que para as notas mais graves da voz.

    13º Exercício - Preparação para os "Pianos"

    Começa-se por pronunciar o "I" bem na frente, justamente atrás dos incisivos superiores, um "I" penetrante, com a boca aberta ao máximo e como querendo morder o som.
    Depois, trata-se de chegar à vogal "U" francesa, fazendo dela um som pleno, puro, etéreo, suave, estável e tão tranquilo como se pudesse ser mantido quase indefinidamente.
    Para conseguir "I", entre o primeiro "I" e "U", o interior da boca se estira para cima; os lábios se adianta para pronunciar o "U", e se tem a impressão que ela dá uma volta até o fundo da boca, indo ressoar no alto por detrás dos olhos, com uma pureza surpreendente: é um som de flauta em uma catedral; sua calma e sua firmeza se mantém por um fio de ar.
    Realizando bem este exercício, chega-se a adquirir a ciência dos "pianos" mais tênues, mais puros e mais estáveis. Poder-se-á sustentar as notas indefinidamente, chegando inclusive a esquecer que se canta.
    É por meio deste exercício, e partido deste "pianíssimo" que se deve iniciar o estudo dos sons "filados". Aumenta-se lenta e progressivamente a intensidade deste som admiravelmente colocado. Como sempre, no som mantido, deve-se continuar apontando-o para o alto e repetindo-se mentalmente a vogal.
    Estando esse som muito bem colocado, o ar não escapa e poder-se-á conservá-lo facilmente para o "diminuindo" que deverá ser também lento e progressivamente.
    Isto tudo será mais fácil exemplificando e explicando oralmente.

    14º Exercício - Sons Picados

    Um som picado é um som atacado como qualquer outro, ou seja, nitidamente.
    O que faz dele um som "picado" é a grande rapidez que o cortamos, como se o queimássemos.
    Sobretudo, este corte deve ser muito nítido, e o ar não deve transbordar nem durante sua realização, nem depois da mesma.
    Os sons picados podem ser comparados às bolas lançadas por uma raquete contra o tabique (imaginário) colocado atrás do nariz que seria como um muro contra o qual se exercitam os tenistas.

    15º Exercício - Os Intervalos

    Os intervalos deverão ser trabalhados primeiramente do agudo ao grave e, logo depois, do grave ao agudo. Tomemos, por exemplo, a quinta. para uma voz não trabalhada, poderia parecer difícil executar sem mudar o luar de colocação da voz e... cuidado com os registros. Mas pode-se vencer esta dificuldade começando pela nota mais alta e trazendo bem perto dela a nota grave, tendo a impressão de que se canta uma mais alta que a anterior e, deste modo, não se alterará a homogeneidade vocal.
    Uma vez colocada bem alto a nota grave, cante imediatamente a quinta ascendente.
    Deve-se trabalhar no mesmo modo todos os intervalos até chegar a se acostumar a tornar sempre a nota grave ao lado da aguda cada vez que se canta um intervalo relativamente grande.


    16º Exercício - Escalas Descendentes e Oitavas

    Se realiza sobre o "E" com a boca meio aberta (dois dedos de altura). Fixe bem o "do". Mantenha-o firmemente em seu lugar, cuidando que tudo permaneça imóvel no interior da boca (condições essencial nos sons mantidos).
    Nesta posição bucal, "suba" a escala descendente, fazendo todas as notas chegarem ao mesmo lugar de ressonância: é como se as notas fossem, nessa subida, à procura do "do".
    Só para as últimas notas graves, a boca poderá voltar a fechar-se imperceptivelmente, enquanto a voz, e o "E" se aclaram.
    Deste modo, no "do" grave, permanecerá muito perto do primeiro e se pode voltar a cantar a oitava, sem nenhuma dificuldade, com a maior homogeneidade, baixando ligeiramente o queixo.
    Este exercício deve ser praticado em toda a extensão da voz. À medida que se sobe, deverá abrir-se cada vez mais a boca e a garganta para atacar a primeira nota.
    Nas escalas descendentes deve-se acentuar ligeiramente a segunda nota, cuja precisão assegura a das notas seguintes.

    17º Exercício - O Trinado

    O trinado é o único exercício vocal que se efetua realmente na garganta, por meio de uma sacudida mecânica da laringe. Isto se pode comprovar, apoiando os dedos contra o pescoço, na altura da Maçã de Adão (ou seja, a laringe).
    Começamos a trabalhar o trinado sobre a terça. Depois sobre a segunda (trinado propriamente dito).
    A fusa provoca uma sacudida da laringe. Esta sacudida, ao repetir-se, se transforma em uma oscilação regular que não é outra coisa senão o trinado.
    Certas vozes podem cantar o trinado com muita facilidade, enquanto outras devem exercitar muito antes de poder fazê-lo. Os italianos antigos exercitam o trinado repetindo muito rapidamente a mesma nota sobre a letra


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    AULA DA SEMANA (22/07 A 25/07)

    Nesta Aula o assunto foi:

    FIRMAR O SOM NA RESSONÂNCIA.
    Exercícios com consoantes:


    BRU - CRU - FRU - GRU - TRU - VRU - PRU

    Também COLOCAÇÃO DA VOZ com pequenos golpes do diafragma utilizando também a vogal U que é uma vogal sem força de colocação natural.

    CANTIGA PARA TREINAR RESPIRAÇÃO

    "FUI PARAR MEU CARRO NA LADEIRA DA SÉ
    QUANDO O FLANELINHA, DISSE RÁPIDO ASSIM
    NÃO ESQUECE DE PUXAR O FREIO MÃO
    QUANDO EU VI FOI TARDE DEMAIS
    MEU CARRINHO ANDOU PRA TRÁS!"

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    AULA DA SEMANA (15/07 A 21/07)

    TRABALHANDO AINDA NO PROJETO NOVO

    Dando continuidade ao novo projeto que deu incio na semana passada, separamos as turmas em equipes e cada uma terá um Salmo para analisar e daí esquematizar o processo de composição de uma música!
    O objetivo é despertar no aluno a sensibilidade criativa, levando-se em consideração a Palavra de Deus, que é o tema da nossa música.
    Estamos surpresos com o trabalho que cada equipe esta desenvolvendo, se você ainda não participou deste novo projeto, corra que você esta perdendo uma matéria nova e muito importante para seu desenvolvimento musical, espiritual, e profissional. 

    Estamos focando também nos exercícios para melhorar a forma correta de respiração. 






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    MATERIAL PARA DOWNLOAD 
    Aula de Canto Apostila - Aparelho fonador


    Articulação e Clareza


    Técnica vocal - relaxamento e Postura


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    AULA DA SEMANA (16 A 21/07)
    PROJETO NOVO

    Dando prosseguimento aos nossos estudos, desde a semana passada começamos a desenvolver um projeto novo na Academia de Música Estela Vargas. Separamos as turmas em equipes e cada uma terá um Salmo para analisar e daí esquematizar o processo de composição de uma música!
    Sabemos que o desafio imposto é grande, mas cremos na capacidade de criação de cada aluno participante.
    O objetivo é despertar no aluno a sensibilidade criativa, levando-se em consideração a Palavra de Deus, que é o tema da nossa música.
    Cremos que Deus vai nos honrar com esse Projeto e veremos muitas melodias e arranjos maravilhosos em louvor ao nosso Deus!
    Para ajudar a você a desenvolver seu senso criativo segue abaixo algumas orientações:

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    9 Grandes Dicas para Compositores
    Por Brian Doerksen


    Querendo melhorar suas composições? Tente estas nove dicas de Brian Doerksen.
    1 - Encontrar novas maneiras de cantar os salmos
    Eu acho que o conteúdo dos Salmos nunca sairão de moda e nem se tornarão irrelevantes. Admito que o Salmo 144 é um dos mais difíceis de selecionar para música, mas ainda é necessário.

    2 - Não tenha medo dos acordes ficarem "fora do tom"
    Na canção 'Fortress 144', eu uso tanto o bemol com 6 e 7Maior e o bemol com 7Maior (Cmaj7 é o bemol com 6 e D é o bemol com 7). Se você não tem idéia do que eu disse, e seu coração está ansioso para escrever canções; fazer um curso básico de teoria musical seria útil e realmente muito divertido. Compreender os conceitos básicos de como funciona a música ajuda a desbloquear todos os potenciais blocos da construção da música para que você possa escrever canções que movem outras pessoas.

    3 - Corra um risco lírico liricamente
    Inclua coisas que são inesperadas, mas verdadeiras. Vi algumas pessoas levantarem as sobrancelhas da primeira vez que ouviram a frase "pai da mentira". Mas essa é a batalha que enfrentamos: uma batalha sobre os nossos pensamentos em concordância com Deus.

    4 - Foco: uma canção em torno de sua palavra-chave
    Qual é a palavra que salta para você, aquela palavra que você sente que deve ser o foco? Construa sua música em torno dessa palavra!

    5 - Traga um pouco de dissonância em sua estrutura melódica e de acordes
    Essa tensão e dissonância refletem a vida ao nosso redor. Se tudo é muito previsível, a canção pode ser descartada como sendo muito doce. Encontre maneiras de permitir que esses tipos de tensões contem uma história maior em suas canções.

    6 - Não deixe uma canção passar sem colocar Deus e Seu caráter em foco
    Essa música é basicamente sobre declarar a nossa escolha em seguir a Deus. No entanto, a ponte me dá a chance de levantar o caráter de Quem estamos seguindo: Maravilhoso, Conselheiro, Pai da Eternidade, etc

    7 - Escolha um dos Salmos de lamentação, e configure-o em uma nova melodia
    Mesmo que você não escreva para o público a ouvir, ele vai fazer sua alma entrar no mundo do salmista e tornar este salmo propriamente seu!

    8 - Escreva o seu próprio lamento
    Expresse um pouco do seu sofrimento e perda. Se você não tem nada a lamentar, talvez você não está arriscando o bastante para amar.

    9 - Não declare apenas seus pontos fortes, sua confiança - confesse a sua humanidade, suas fraquezas, sua fragilidade e suas dúvidas.
    Por alguma razão o louvor do compositor lança este fluxo interminável de declarações confiantes - mas essa confiança coloca uma distância entre a música e a vida da maioria das pessoas. Nossas músicas devem expressar quem realmente somos e não quem pensamos que deveríamos ser. Um deles é o louvor, na verdade, o outro é bajulação e religião. Claro que há momentos em que precisamos simplesmente cantar uma canção sobre a grandeza de Deus. Mas a adoração deve ser um bom equilíbrio de toda a experiência humana. É por isso que os Salmos funcionam tão bem, você encontra de tudo lá!

    Este texto foi extraído de ( "Make Love, Make War" - "Faça amor, faça guerra" ) por Brian Doerksen (publicado por David C Cook). Reproduzido com permissão.

    Fonte: www.kingsway.co.uk
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    Semana 01/07/2012 a 07/07/2012
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    Nesta aula foi falado sobre respiração.
    • Durante os exercícios, não vamos trabalhar apenas com o diafragma, mas também com os músculos abdominais e intercostais. Quando trabalhamos com esses músculos, temos condições de armazenar uma maior quantidade de ar pois, as costelas se afastam, o diafragma desce, aumentando a cavidade torácica para os lados e para baixo.
    • Mantenha a postura
    • Inspire sem levantar os ombros; imagine que apenas a base do pulmão está sendo inflada.
    1. Caminhe e Inspire contando até 4
    2. Pausa (retenha o ar)
    3. Expire suavemente, com os lábios em posição de assobio de "S", fazendo com que a saída de ar seja o mais constante possível.

    Impostação da voz

    Imagens vocais.
    Voz gosta de imagens. Ela obedece nossos humores, nossa alegria, nossos medos e nossos pensamentos. Ela sempre atenderá nosso estado de espírito, portanto, devemos criar imagens que nos facilite e embeleze a emissão.

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    O “LEGATO” - É a essência do Canto, e traduz-se na forma suave de ligar dois ou mais sons. Para que isto aconteça, é necessário que os sons em causa sejam produzidos da mesma forma. O “legato” é fácil entre notas do mesmo registo; entre notas de registos diferentes consegue-se com uma boa mistura de ressonâncias de cabeça, provocando como que uma osmose entre as várias frequências. Além da boa mistura de ressonâncias, o “legato” requer uma transição suave entre vogais e consoantes, e uma expiração controlada e contínua.
    O STACCATO é um tipo de emissão contrário ao “legato”, em que os sons resultam destacados através da saída do fluxo de ar (expiração) em impulsos. O “staccato” é apanágio de vozes ágeis, mas pode e deve ser trabalhado pelas vozes mais pesadas. No “staccato” de média intensidade e média duração os impulsos têm reforço muscular abdominal. No de muito pequena intensidade e grande rapidez, a descontinuidade faz-se com ligeiras abduções glóticas.

    "Estamos passando a canção do Grupo Novo Tom “ Falar com Deus”, se você faltou a aula, procure no Youtube a canção e comece a ouvi-la".


     
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    pt.shvoong.com

    Semana 24/06/2012 a 30/06/2012

    Olá Alunos da Academia de Musica Estela Vargas


    Nesta semana já começamos a colocar em práticas tudo que aprendemos até o momento, estamos passando a canção do Grupo Novo Tom “ Falar com Deus”, se você faltou a aula, procure no Youtube a canção e comece a ouvi-la para não ficar de fora dos acontecimentos.
    Também foi passado nesta aula os intervalos de 5° e  6°, já para ser aplicado nesta canção do Novo Tom.


    Fique ligado e não perca as novidades!!


    Um Grande Abraço


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    Articulação e Clareza do Som
    Cantar é um elemento da articulação. As palavras da música devem ser muito claras e objetivas, para causar um processo de ação e reação imediata. Para que isto aconteça, deve-se levar em conta dois processos:
    ·         Articulação: processo pelo qual os órgãos da fala moldam o som vocal em sons reconhecíveis da fala.
    ·         Interpretação: processo pelo qual se carrega o espírito ou significado da música através do modo como se executa.
    O primeiro passo para uma boa interpretação é o domínio de uma boa articulação. Tanto no canto, quanto na fala (a muitas pessoas), os movimentos articulares devem ser mais acentuados do que na conversação usual.

    Os elementos na figura acima estão intimamente envolvidos no que se refere à articulação e clareza do som. Qualquer alteração no funcionamento deles irá interferir no som emitido.


    Lábios
    Há pessoas que possuem um problema de excessiva tensão labial, o que impede a boa mobilidade e flexibilidade. Por outro lado, existem pessoas que possuem um tônus labial baixo, ou seja, flácido.
    A posição ideal para os lábios, é aquela que ajuda o rosto a Ter uma expressão agradável, feliz. Deve-se evitar puxá-los exageradamente para os cantos ou para frente quando se estiver cantando ou falando, pois isto pode modificar a qualidade sonora.
    Para aqueles com problema de tensão ou flacidez labial, existe um procedimento muito simples e bastante eficaz, sugerido pelo fisioterapeuta e fonoaudiólogo Noélio Duarte. Primeiramente, deve-se visualizar a boca e seus pontos-chave:
    Quem tem excessiva tensão, deve relaxar os lábios, apertando com o indicador e o polegar nos pontos indicados acima, seguindo a ordem numérica referida. Deve apertar cada ponto com firmeza, no entanto, sem exageros, durante 5 a 10 segundos. Pode ser incômodo, mas, ao final, os resultados vão valer à pena.
    Já quem tem lábios flácidos, precisa de tonificação. O procedimento é o mesmo, só que ao invés de apertar demoradamente, dá-se ligeiros apertões (apertando e soltando imediatamente) no mesmo sentido numérico do esquema. Estas pessoas também podem fazer exercícios do "i" ou do "u", torcendo a boca para um lado e para o outro.

    De um modo em geral, neste exercício das vogais, pode-se utilizar o "p" e o "b" para treino labial, pois estas consoantes são totalmente dependentes dos lábios.


    Língua
    A língua é o principal órgão da articulação, pois interfere na formação das vogais e consoantes. Em média, a língua trabalha numa velocidade de 370 movimentos por minuto.
    Cerca de 90% dos problemas que envolvem a língua são de tensão. Isso causa o ressecamento da boca pela retração constante da língua. Este posicionamento não estimula muito a produção de saliva em termos fisiológicos, e também interfere consideravelmente na emissão do som, por razões explicadas mais adiante quando falarmos da faringe.
    Existem, também, aqueles que precisam tonificar a língua, sendo caracterizados pelo acúmulo excessivo de saliva.
    A língua deve permanecer numa determinada posição, chamada de "posição de repouso", ao longo do "assoalho" da boca tocando os dentes inferiores. Veja os seguintes exercícios de relaxamento.
    - colocar a língua um pouco para fora da boca e morder levemente a pontinha da língua

    - pressionar a língua fortemente contra os dentes fechados por 5 segundos;
    Em seguida, deve-se associar os dois exercícios lentamente. Alguns problemas da pronúncia do "S" podem ser resolvidos com a colocação da língua na posição de repouso.


    Maxilar
    A tensão é um grande fator limitante da boa atuação dos maxilares. Pode-se perceber a tensão existente ao se fechar os dentes e engolir a saliva. Quando se canta de boca fechada ocorre isto. Por isso, aparecem dores após o ensaio ou apresentação, ou mesmo após a fala.
    O maxilar interfere nos músculos da face, modificando o poder de contração. Portanto, deve-se relaxar esses músculos, facilitando a abertura e a flexibilidade da boca e liberando os músculos da garganta.
    Nunca se deve usar posições forçadas, tais como empurrar o maxilar para frente, puxá-lo para trás ou trancá-lo numa posição. A sonoridade vai depender, em parte, da abertura que for dada ao maxilar. Em relação à tensão ao maxilar inferior, pode-se realizar alguns exercícios, lembrando que devem ter maior cuidado ao realizá-los aqueles com tendência à luxação do maxilar.
    1. Lateralização
    Abrindo a boca e movimentando o maxilar para a direita e para a esquerda.

    2. Abertura total
    Abrindo bem a boca por alguns segundos.

    3. Projeção anterior
    Com a língua na posição de repouso, projetando-se o maxilar para a frente, permanecendo assim por alguns segundos.
    4. Projeção posterior
    Com a ajuda de um dedo, fazendo-se um recuo do maxilar por alguns segundos.


    Faringe
    A faringe tem a função de ampliar o som, e embora não seja essencial para a articulação, está intimamente ligada à posição assumida pela língua. Seu melhor desempenho dependerá do comportamento da língua.
    A ampliação do som será tanto melhor quanto melhor for o espaço que o som puder ocupar dentro da boca.


    Como se pode ver neste esquema, a voz terá uma melhor ampliação na posição 1, a qual tem o dobro do tamanho da posição 2. Deve-se notar como o hábito tão comum da posição 3 diminui consideravelmente o espaço para a ampliação da voz.
    Existem exercícios que facilitam a aquisição do hábito da posição 1:
    - sabe-se que ao se fazer o movimento de engolir, a língua inicialmente sobe e em seguida, sua parte posterior desce. Então, com o dedo indicador e o polegar em cada extremo do maxilar inferior, faz-se o movimento de engolir. Quando a parte posterior da língua estiver descendo, mantém-se uma pressão para baixo, forçando os dedos, sem esquecer que a ponta da língua deve estar no padrão de repouso.
    - pode-se escolher um tom médio, e com as vogais "a", "o", e "u" as pessoas podem cantar variando o padrão de língua na posição 2 (representado pela vogal em minúsculo) e posição 1 (representada pela vogal em maiúsculo).



    Palato
    O palato se divide em 2 partes: o palato duro (céu da boca) e o palato mole (úvula, conhecida como campainha).
    O palato duro está envolvido com a projeção da voz, e o palato mole com a formação de sons orais e nasais.
    O som, na verdade, é formado por ondas. As ondas só se propagam em linha reta, daí a importância do palato duro aliado a uma boa postura da cabeça:


    Sabe-se que as narinas são responsáveis pela ressonância nasal. Porém, o som nasal só será emitido com a "permissão" do palato mole (a úvula).

    Sons nasais


    Sons orais
    Para emitir esses sons nasais, a úvula desce. Caso suba, os sons emitidos serão orais.
    O excesso ou a falta de nasalidade podem representar sérios problemas de voz, afastando-se da normalidade e modificando o som original que deveria ser produzido.
    A origem dos problemas pode estar no hábito de colocação errada da voz, até problemas mais sérios, como tumores, sinusite, adenóide e excesso de muco.

    ab
    --> ab
    ab



    RELAXAMENTO
    Respiração, postura e relaxamento estão interligados. Uma pessoa com uma má postura, provavelmente terá dificulade para respirar corretamente e é bem provável que possua tensões em algumas áreas do corpo. Ou seja, qualquer um desses aspectos pode afetar o outro direta ou indiretamente.
    O instrumento do cantor, seu aparelho fonador, não age isoladamente de outras partes de seu corpo. Muitas vezes, quando temos dificuldade em emitir algum som, pensamos somente na região da garganta como responsável. Mas o certo é que o funcionamento de todo o nosso corpo interfere na produção vocal e, conseqüentemente, em nossa saúde vocal.
    Cada um tem tendência a desenvolver tensões em áreas diferentes. Isso vai depender de como aprendemos a lidar com nosso corpo durante a vida. O importante é eliminar, através do auto-conhecimento de nosso corpo, todo e qualquer esforço desnecessário à produção vocal. Desenvolver um trabalho corporal regularmente pode ser muito benéfico.
    Existem muitas técnicas corporais que beneficiam ao canto (bioenergética, massagem, RPG - Reeducação Postural Global, Técnica de Alexander, entre outras). Até mesmo qualquer atividade física que proporcione um bem estar, aliviando as tensões diárias, pode ser benéfico.
    As áreas de tensões mais importantes a serem observadas no cantor são os ombros, a nuca, o pescoço e o maxilar. Para um trabalho diário de relaxamento, antes de começar os estudos vocais (vocalises), ou antes de uma apresentação, seria interessante criar uma seqüência, conforme as necessidades. Com o tempo você vai perceber onde se localiza sua maior área de tensão.
    Alguns exercícios:
    1. Relaxamento dos ombros: sentado ou em pé (observar a postura correta), inspirar levantando os ombros para cima o mais que puder. Soltar o ar deixando os ombros cair. Fazer isso como num suspiro de alívio, deixando toda tensão sair quando soltar o ar. Pode-se soltar o ar com um "ahhhh" bem sonoro. Repita o exercício algumas vezes;
    2. Relaxamento dos ombros 2: girar os ombros lentamente para frente numa rotação completa, como se estivesse desenhando um círculo. Fazer o mesmo para trás. Não se esqueça de manter a respiração, pois há uma tendência de prendermos a respiração quando sentimos alguma tensão ou dor. Faça o contrário: respire bastante, pois isso vai ajudar a "deixar a tensão sair";
    3. Relaxamento do pescoço: Movimentar a cabeça em todas as direções. Primeiro para frente depois para trás. Movimentar a cabeça para um lado e depois para o outro. Por fim, fazer uma rotação completa com a cabeça, deixando-a bem relaxada como se fosse uma "bola solta", girando-a para um lado e para o outro. Observe se seu maxilar está relaxado. O ideal é manter a mandíbula entreaberta e a língua encostada nos dentes inferiores;
    OBS: Crie sua seqüência de relaxamento. O importante é mantê-la por um bom tempo, para que se possa comparar seu estado de progresso. O cantor precisa "saber" como está seu corpo na hora em que for cantar e a eliminar tensões desnecessárias. Isso se consegue à medida em que aprendemos a lidar com nosso corpo, adquirindo maior consciência corporal. 

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     APARELHO FONADOR

    Como funciona o aparelho fonador?

    Graças às cordas vocais, podemos falar, cantar, chorar e dar aqueles berros em momentos de fúria. Se tomarmos como base a dimensão pequena do nosso sistema vocal, jamais poderíamos mensurar a enorme potência que tem. Ele é formado apenas pela laringe e seus componentes, entre eles as cordas (PREGAS) vocais, faringe e cavidades oral e nasal. Se fosse colocado numa orquestra, ele certamente estaria posicionado lado a lado com os instrumentos mecanicamente mais simples. Nosso aparelho fonador, onde fica o sistema vocal, não possui órgãos genuínos e fez uma espécie de permuta com os sistemas respiratório e digestivo do corpo para conseguir se formar. Até pouco tempo, cientistas não sabiam explicar como a voz de um cantor poderia ser tão potente e versátil quanto o som de um instrumento milimetricamente construído pelo homem. Mas, usando fibra ótica, os pesquisadores conseguiram "entrar" na laringe e identificar elementos presentes no sistema vocal com funções semelhantes aos de aparelhos de som.

    NÓS E OS INSTRUMENTOS
    Assim como a voz humana, a maioria dos instrumentos musicais contam com três elementos básicos:
    1>>>Uma fonte de som que vibra no ar e cria uma freqüência fundamental e outras harmônicas relacionadas e que definem o timbre (a "cor" do som)
    2>>>Um aparelho que reforça ou amplifica a freqüência fundamental e suas harmonias 
    3>>>Um irradiador de som que transfere o som para um espaço livre de ar e para os ouvidos


    A MECÂNICA DAS CORDAS VOCAIS
    Diferentemente das cordas de um violino, as nossas têm uma estrutura formada por três partes, que permitem a diversidade de freqüências que um cantor é capaz de alcançar. Em cada corda há uma espécie de ligamento, onde estão os músculos contrativos, cobertos por uma membrana mucosa. Músculos que cobrem a cartilagem anexa às cordas alongam os ligamentos e ajudam a produzir freqüências mais altas. Quando se contrai, esse músculo aumenta a tensão da corda, o que gera uma variedade ainda maior de freqüência. Quando o ar dos pulmões passa pela membrana, ela oscila e troca energia vibracional com essa corrente, criando ondas de som.


    SOM NA CAIXA
     O som produzido na laringe seria inaudível se não fosse amplificado. A estratégia que o corpo usa para intensificá-lo é a seguinte: uma ação "empurra-puxa" do ar na laringe aumenta o balanço das cordas vocais. Quando as cordas começam a se separar, o ar dos pulmões sobe e faz pressão contra o ar que está parado no vestíbulo da laringe(1). A inércia desse ar estacionário aumenta a pressão na abertura entre as cordas (a glote) e as deixa mais separadas (2). Conforme o movimento das colunas de ar, as cordas voltam a se fechar e cortam a corrente de ar que sobe dos pulmões (3). Essas ações do organismo ocorrem rapidamente e criam um vácuo na glote, que age para que as cordas vocais se batam com força, criando ressonância. Numa criança, o ciclo vibratório se repete mais de 250 vezes por segundo, fazendo com que a vibração do ar seja grande e gerando sons mais agudos. Nas mulheres, as cordas se movimentam até 220 vezes por segundo, e nos homens, cerca de 110 vezes.

    Veja os órgãos envolvidos na produção do som.




    Dentro da laringe, uma cápsula formada por vários ossos e cartilagens interligados, o som é produzido pela vibração das pregas vocais que em repouso encontram-se separadas em forma de "V", e quando falamos, passam a se aproximar, ficando apenas uma pequeníssima fresta para que o ar passe e com o atrito faça as mesmas vibrarem produzindo o som.

    O comprimento e espessura das pregas (que nos homens é aproximadamente de 17 a 24 mm e nas mulheres de 13 a 17 mm) JUNTO COM FATORES ANATOMICOS QUE ENVOLVEM ACÚSTICA é que vai determinar se o som produzido por uma pessoa é mais agudo ou mais grave. Pregas vocais mais longas e espessas produzem sons mais graves (grosso), pregas vocais com espessura menor e mais curtas, produzem sons mais agudos (fino). Isso é a natureza das pessoas (génética) que vai determinar. Desta forma a tipo de voz da pessoa esta ligado entre outros fatores, principalmente a este do formato das pregas vocais. (Falaremos mais, quando falarmos sobre divisão das vozes e ressonância em outra postagem).

    Na figura acima vemos o movimento das pregas que se afastam, quando inspiramos ar e se unem quando falamos, cantamos, ou deglutimos algo. No caso da fonação para o canto as pregas podem além de se unirem através dos músculos adutores da laringe, também se alongarem ou contraírem, devido ao músculo vocal (TA) tireoaretenóideo que na verdade faz parte da prega vocal que é composta de duas partes, o TA e a mucosa que o recobre, essa é que entra em vibração. Ela está ligada a frequencia sonora, ou seja, se o som é mais agudo ou grave, pois vibra mais (sons agudos) ou menos (sons graves) vezes, dependendo da força da culuna de ar e também do posicionamento do músculo TA, que mais alongado, junto com a coluna de ar, faz a mucosa vibrar mais rapidamente e contraído, mais lentamente. Isso porque além de alongar e contraír-se, ele também faz a pregas se unirem mais ou menos. Quanto mais unidas as pregas, maior a vibração devido a pressão que o ar fará sobre elas.
    Para cantarmos ou falarmos, além do som que sai da nossa laringe, devemos DAR FORMA ao mesmo, para que possamos através disso formarmos os diversos fonemas que nos proporcionam nos comunicar uns com os outros seja por meio da voz falada ou cantada. Essa necessidade de darmos forma a boca quando cantamos é fundamental, pois precisamos emitir o som que é projetado dos ressonadores orofaríngeo e faciais principalmente nos sons agudos, em vez do som que sai simplesmente da garganta, para que ele (som) se torne mais belo, tanto no aspecto da dicção, quanto com relação às sua propriedades (timbre, altura, intensidade, que é a potência, etc). Para tanto, deve-se ovalar a boca, conforme a forma de cada pronúncia. Isso nos auxilia pelo fato, de que nesse processo de ovalar a boca, o ar sofre uma certa pressão para sair, com isso, aliado à pressão que sofre também pelo diafragma, que o empurra, o ar é levado para a “CAIXA DE RESSONÂNCIA ALTA” através do palato mole, de onde será então, projetado. Isso é fundamental para que o som seja emitido com toda a beleza que desejamos.
    Existem alguns orgãos que estão direta ou indiretamente ligados ao processo da articulação do som e os chamamos de "ARTICULADORES FACIAIS".


















    Os articuladores, que são vários músculos da face e órgãos da boca, são os responsáveis por produzirem uma barreira sobre o ar que vem da laringe para que possamos produzir sons consonantais, ou simplesmente dar forma às vogais, dando assim, origem aos diversos fonemas que conhecemos.


    SONS VOCÁLICOS (VOGAIS)


    São os fonemas gerados a partir da corrente de ar que passa livremente pela cavidade bucal. Dependem do posicionamento da língua, dos lábios e do palato mole (Articuladores Faciais). Podem ser Orais e Nasais.



    - Vogais Orais:
    Nessas, a corrente de ar passa somente pela cavidade bucal sem encontrar barreira. São elas: a, é, ê, i, ó, ô, u.


    Sua forma depende do posicionamento da lingua principalmente, que atua como músculo tracionador da laringe, juntamente com os músculos ligados diretamente a laringe.




    - Vogais Nasais:
    Nessas, a corrente de ar passa ao mesmo temo pelas cavidades bucal e nasal e conta com o trabalho do palato mole, que fecha parcialmente a passagem do ar pela boca, mandando parte desse para as fossas nasais. São elas no total de cinco: nha, nhe, nhi, nho, nhu.

    FORMA DA BOCA EM RELAÇÃO ÀS VOGAIS.


    - Á, É, Ó: Sons abertos e verticais: - Ovalamento da boca, projeção do som na ressonância alta.



    - Ô, Û: Sons fechados e verticais.
    Ovalamento da boca e projeção dos lábios para frente. Nos agudos extremos, o queixo desce para a ampliação do som.



    - Ê, Î: Sons fechados e horizontais no grave e verticais no agudo.
    - Um leve sorriso é necessário para que o som projete-se melhor no grave. Ao atingirmos notas mais agudas a boca vai se ovalando, (posição vertical) e o som passa para a ressonância alta, para que possa continuar limpo. Na medida do possível o sorriso continua.


    SONS CONSONANTAIS


    Já nos fonemas consonantais, o ar encontra uma barreira na cavidade bucal, como já vimos, dependendo da posição dos lábios e língua. Dá-se o nome de “Zona de Articulação”, ao ponto onde ocorre a barreira do ar na cavidade bucal. Por exemplo, quando pensamos em falar "dedo", a língua sobe até os dentes incisivos superiores, impedindo a passagem de ar e som. Esse ponto é a zona de articulação linguodental. Quando ela desce o ar sai e da-se a forma de "D", ao som que foi solto.














    3 comentários:

    1. Valquiria Nunes Cruz4 de julho de 2012 às 07:35

      Estela, estar aprendendo com você é um presente de Deus!!! Obrigada pela sua simplicidade, humildade e acima de tudo por você pagar o preço de ser uma adoradora! A unção sobre sua vida contagia! Deus te abençoe e te leve a vôos muito mais altos!

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      1. oi Val querida....estar com vcs é um presentão de Deus tb...não tenho palavras para expressar minha alegria e gratidão a Deus por esse projeto que sei, nasceu em primeiro lugar, no coraçào do Senhor!Vamos juntos!!O propósito é abençoar e preparar adoradores para que,com excelência, cumpram os propósitos de Deus para essa cidade, estado, nação e até os confins da TErra. Bjs amada.Com carinho, Prof. Estela

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    2. Estela muito obrigada por vc disponibilizar pra nós este material, pois o nosso desejo é de adorar o Senhor com excelência, pois Ele nos da o dom de louvar, dom maravilhoso, é Dele, pra Ele , e por Ele. Então tem ser O melhor.
      Fique com Deus, e q Ele continue te abençoado. Bjs tchau.

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